Estou satisfeita com as chacotas que fiz desta réplica de um dos inúmeros azulejos em relevo executados pela extinta Fábrica de Massarelos, em meados do séc. XIX e que, por razões óbvias, podem ser encontrados a cobrir tantas fachadas de edifícios do Porto e do norte do país em geral.
Em laia de curiosidade, descobri agora que estes azulejos em relevo são designados como sendo de produção semi-industrial, uma vez que a tecnologia empregada no seu fabrico era ainda muito próxima à da manufactura e os motivos decorativos tinham um cariz revivalista, inspirado em padronagens e paletas cromáticas utilizadas em períodos anteriores. A repetição de um elemento para formar um módulo de padrão simples e o uso das linhas diagonais foram soluções estilísticas recorrentes nas padronagens pombalinas e o emprego do amarelo e branco provém dos tons característicos da paleta cromática do séc. XVII. É engraçado como nunca tinha pensado nisto antes, mas agora faz-me todo o sentido.
Voltando a estas réplicas e como já disse antes, estou satisfeita com os resultados. Ao contrário dos azulejos originais, os meus foram produzidos totalmente à mão. Estão enchacotados e prontos a entregar, tal como me pediram, para depois serem vidrados como bem o entenderem. Não houve nenhuma baixa, mas alguns deles estão um pouco mais tortos e empenados do que aquilo que eu gostaria; fruto da secagem, com certeza e talvez também do tipo de barro que utilizei. Para a próxima tenho de usar uma pasta com chamote, para evitar este tipo de problemas.